Nos últimos anos, a preocupação com o meio ambiente tem se tornado um tema cada vez mais relevante. O debate ocorre não só no que diz respeito à preservação da natureza e à qualidade de vida, mas também sobre a melhor utilização dos recursos naturais. No setor de construção civil, para uma obra ser considerada ambientalmente correta, devem ser observados diversos aspectos ainda na fase de planejamento.
Para a boa gestão de uma obra, se adequar às questões ambientais não consiste apenas em evitar impactos para o meio ambiente e eventuais multas ou sanções da Lei de Crimes Ambientais 9605/98. O principal objetivo é manter um negócio sólido, melhorar o bem-estar de colaboradores, clientes e população em geral.
Para isso, o primeiro passo é uma avaliação da área na qual será realizada a obra (inclusive localização geográfica e aspectos cartográficos), para verificar se existem restrições ambientais como:
Além do mais, é importante averiguar se existem áreas abarcadas pelo instituto do tombamento para proteção do Patrimônio Cultural e avaliar a necessidade de intervenção na fauna e flora local. Por meio do licenciamento ambiental, são verificadas as condições para o estabelecimento de empreendimentos e atividades, de forma a tentar eliminar, quando possível, ou minimizar danos ao meio ambiente.
“O pleno atendimento aos requisitos legais aplicáveis e a adoção de um Plano Básico Ambiental para Obras adequado ao tamanho e complexidade do empreendimento são itens essenciais para que uma obra tenha a qualidade ambiental necessária para evitar e mitigar os riscos associados à sua execução”, explica o geógrafo especialista em Engenharia Sanitária e Tecnologia Ambiental da FS Consultores João Roberto de Las Casas.
Para garantir uma boa gestão da obra, os serviços possuem uma visão moderna, eficiente e integrada para cada empreendimento, promovendo o diálogo contínuo entre as áreas de meio ambiente, projetos, gerenciamento e supervisão.
Por meio de sua equipe multidisciplinar, a FS Consultores realiza uma análise sistêmica que permite identificar, desde o início, todos os aspectos e impactos socioambientais de qualquer empreendimento. A partir desse mapeamento são elaborados e estabelecidos os programas de controle. “Como as questões socioambientais são um valor para a FS, a equipe de campo atua com maestria para que a implantação ocorra em consonância com o planejado, trazendo, assim, segurança à gestão e execução das obras”, ressalta o consultor estratégico para meio ambiente Osnir Giacon.
A 25° edição da Conferência do clima da ONU (COP25) foi realizada na cidade de Madrid, na Espanha, em 2019. Um dos principais temas lá discutidos foi a necessidade de ações mais rígidas dos países no combate à mudança climática, já que os resultados ainda não foram satisfatórios para a manutenção da qualidade do clima no planeta.
De acordo com o que foi pactuado pela comunidade internacional, cinco anos atrás, durante a COP21, que ocorreu em Paris, as emissões de CO2 têm que cair 45% até 2030. Limitar o crescimento da temperatura média do planeta ao máximo de 1,5º C também faz parte do acordo.
A COP26 está marcada para acontecer em Glasgow, na Escócia, entre 1º e 12 de novembro de 2021. “A preocupação com as questões ambientais é uma realidade. As empresas que não se adequarem a esses fatores perderão espaço para outros empreendimentos, o que se torna fundamental para a manutenção dos recursos necessários à sustentabilidade dos ecossistemas e dos negócios”, destaca João Roberto.
Como o aquecimento global e o aumento de eventos climáticos extremos, a avaliação e gestão dos riscos na área de infraestrutura não pode mais se basear apenas nas tradicionais séries históricas de dados hidrológicos e climatológicos. Diante de eventos climáticos cada vez mais imprevisíveis, também devem ser formuladas estratégias que levem em consideração não apenas as necessidades de curto prazo, mas também a viabilidade e sustentabilidade dessas estruturas no médio e longo prazo.
No caso das rodovias, os maiores impactos climáticos se dão com o aumento e intensificação das precipitações, invernos mais úmidos e verões mais secos, além de ondas de calor mais intensas e frequentes. Tais questões aumentam o risco de inundações, o que pode implicar na necessidade de reavaliação dos dispositivos de drenagens, na instabilidade de taludes e aterros, bem como causar o aumento de danos no pavimento e menor tempo de vida útil das vias.
No entanto, o uso de projeções climáticas de longo prazo para avaliação de riscos ainda é incipiente no Brasil. Entretanto, recentemente, o INPE disponibilizou a plataforma Projeções Climáticas por meio da unidade de pesquisa do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI). Isso tornou acessível informações sobre projeções climáticas derivadas de modelos globais e regionais, essenciais para a elaboração do planejamento empresarial envolvendo riscos climáticos. Toda empresa pode utilizar as informações da plataforma para subsidiar a tomada de decisão.
Entender como as ameaças tendem a se modificar no futuro é um dos primeiros passos no processo de identificação e gestão de risco climático. “Nesse sentido, o conhecimento dos riscos climáticos deve ser considerado nos riscos empresariais. Adaptar-se à mudança do clima é um processo de ajuste dos sistemas e a tomada de decisão deve ser baseada nos riscos atuais e futuros”, finaliza João Roberto.